Eu te amo...eu também não!


Justifica-se um mini-post para explicar meu nome de perfil.Tudo começou qdo resolvi dar o braço a torcer e abri uma conta no Twitter, logo eu que resisti bravamente e consegui postergar a compra do meu primeiro pc apenas em 2000, e mesmo assim graças a insistência incansável de um grande amigo que me finalmente me convenceu dizendo que "isso vai mudar a sua vida."Esqueceu meu guru de acrescentar: "Não só a sua, mas a da humanidade! E terás um blog!" rs


Pois bem, o Twitter é um pão-duro em relação aos caracteres, não só nas postagens que devem ser de no máximo 140 toques, como também no tamanho do nome de perfil do usuário.Sem falar que este último tem que ser um nome só, tudo junto, e nem se pode alternar maiúsculas e minúsculas, um verdadeiro saco!Depois de tentar umas trocentas opções de nome- o que se adequava às normas já tinha dono-e tendo esgotado todas as idéias viáveis na minha língua materna, resolvi pensar em algo em Francês e logo a idéia do "Taimemoinonplus" apareceu.

" Je t'aime...moi non plus" é uma música conhecidérrima e batidérrima até mesmo no Brasil, mesmo que muita gente não ligue o " nome à pessoa".Foi lançada no sugestivo ano de 69, num dueto de seu autor, Serge Gainsbourg, com Jane Birkin.Já andei lendo por aí que ele compôs originalmente para um duo com sua amante da época, a exuberante Brigitte Bardot.Só que Bardot era casada e achou melhor declinar o convite.Dali a pouco Serge conhece Jane Birkin, se apaixona e resolve gravar o dueto com ela.O troço toma grandes proporções, vira um auê geral sendo proibida em vários países, o Vaticano condenando publicamente a música etcetera e tal.Até uma criança de 5 anos sabe que o que é proibido costuma ser mais gostoso e aí mesmo que a música estoura estratosféricamente para todo o sempre.E tem seus méritos pra tanto.


Gainsbourg sacou que a Língua Francesa é considerada sexy provavelmente em todo o sistema solar.Possivelmente o inconsciente coletivo universal tem essa informação gravada e quem imagina uma tórrida cena de amor num idioma estrangeiro certamente não o faz em alemão, japonês, coreano e por aí vai...( bem, exceto casos patologicamente fora da curva normal.) Certa vez assisti na tv um programa humorístico em que um casal se dizia as coisas mais sem pé nem cabeça em Francês e, pra quem nada compreendessedo idioma e fosse guiado apenas pela sonoridade, soava um diálogo ultra-romântico.Partindo desse mote, ele resolve pegar pesado e compôr uma baladinha de ritmo suave onde o casal de cantores sussura, murmura, fala ao pé do ouvido, mia, geme,arfa, suspira e....ainda por cima no final da música a Jane Birkin dá uns gritinhos e....GOZA! Se orgasmo feminino ainda é um tema delicado e ainda pauta de matérias femininas do mundo todo em 2009,vcs podem imaginar a revolução que era cantar isso em 69! Jane Birkin foi precursora para que Meg Ryan pudesse, VINTEEEE ANOOOOS DEPOOOOIS, simular tão magistralmente aquele orgasmo antológico e ultra-conhecido de " Harry e Sally-feitos um para o outro."



Na verdade a música faz uma grande ironia sobre os temas sexo e amor.A mulher passa a música inteira se declarando ao parceiro, dizendo "eu te amo" e ele sempre responde sussurrando " Eu também não, eu também não...".Isso mantém a música, ainda nos dias de hoje, super atual.Ora, não é novidade pra ninguém que ( salvo exceções minoritárias e apesar dessa suposta Revolução Sexual) as mulheres continuam mui frequentemente confundindo sexo e amor.E todo mundo também sabe que, em sua maioria, os homens separam sexo e amor que é uma beleza, parece que vieram com esse programa instalado de fábrica.Então, na música, o homem diz nas entrelinhas que aquilo pra ele é só sexo, apenas sexo....e a mulher ouve não o que ele fala, mas o que ela gostaria de ouvir.Carapuças?!



O homem diz claramente que não a ama, mas faz isso de uma forma tãaaao doce, com uma voz tãaaaao envolvente, sempre complementando " agora eu faço isso, agora eu faço aquilo com vc" ( ainda por cima é daquele tipo narrador do ato sexual...)...que a mulher fica completamente tomada pela excitação, se entrega completamente e goza!



Numa interpretação contemporânea a gente se pergunta se justamente os homens de 69 e de 2009 não " douram a pílula" justamente por acharem- e muitas vezes comprovarem- que a maioria das mulheres chega mais rapidamente na cama e se solta muito mais nela estando com palavras doces e aparentes declarações de amor/ e ou envolvimento.Mesmo que isso seja apenas uma licença poética...













1 comentários :

Maxmilian do Valle Ziegelmüller disse...

Muito bom esse post. Essa canção é um clássico, e ainda tem sua força, pois sexo e sensualidade, tanto na perspectiva masculina quanto na feminina, ainda são bem característicos.