Meditação: focando no principal

Acredito que cada um pode melhor se adaptar à uma técnica e isso não inviabiliza nem desmerece as outras. Enfatizo veementemente que as pessoas experimentem e, sobretudo, que persistam em suas práticas meditativas.


Recentemente estive numa sessão de meditação conduzida, com uma técnica diferente de todas as anteriores que havia experimentado. O instrutor dava recomendações práticas de foco da atenção inéditas pra mim e recomendava ficarmos de olhos semi-cerrados, postura igualmente inédita em meu histórico meditativo. Ao final, ele me perguntou como tinha sido a experiência. Eu respondi que gostara, mas terminei não dizendo da minha impressão principal, que agora compartilho convosco.

Meditar, pra mim, é como dança de salão. Talvez seja também como se comunicar num outro idioma. Em todas essas 3 atividades, embora a falta de prática possa nos deixar até ( BEM) menos hábeis, há uma incontestável memória sempre preservada. Na dança de salão, sente-se que tudo flui mais facilmente, já de saída, ao dançar com um cavalheiro que aprendeu seguindo a mesma metodologia de dança que você, mas fazê-lo com alguém de outra escola não apenas será possível como pode reservar boas surpresas! Na meditação, assim ocorre com os idiomas, vamos perceber que certos dias estamos mais especialmente desenvoltos, noutros parece que chegar ao resultado demanda maior empenho. Ao aprender um novo estilo de meditação também podemos, de início, estranhar, mas- para a nossa surpresa- logo constataremos que ainda sabemos andar de bicicleta ao sentir uma deliciosa brisa a nos soprar o rosto, mesmo pedalando um modelo bastante diferente do que estávamos acostumadas.

Foi nesse dia que tive uma bela eureka, sobre o que havia sido o fator fundamental para um salto quântico na minha trajetória meditativa: meditar é como um detox mental. Imagine-se uma pessoa com intolerância ao glúten, por exemplo. Você come glúten diariamente e, quando a situação fica realmente ruim, resolve entrar- mais uma vez- em dieta. Quando você entra em dieta, sente ainda no organismo todos os efeitos daquela dieta inadequada que fez antes.Você melhora. Aí abandona a dieta que fez com que você se sentisse melhor. Ou seja: para quem alimenta pensamentos tóxicos todo o dia, várias vezes por dia, sentar pra meditar pode ser um tormento. E geralmente é. Porque os seus companheiros, os pensamentos tóxicos, sentam-se pra meditar junto com você. No entanto, se você realmente se empenha em manter a dieta mental, na hora se sentar-se pra meditar, tudo é muito mais prazeroso e eficaz!




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