Motivação, disciplina e procrastinação

Não sei pra vocês, mas disciplina é uma palavra relativamente recente no meu vocabulário. Claro que já me adaptei ao longo da vida às disciplinas impostas externamente pela família, pelo sistema educacional e por empregos, e até que sem tantos percalços assim. Mas no tocante a disciplina auto-imposta, geralmente deixei a desejar.Talvez por ter, em tenra idade, associado auto-disciplina a sofrimento, limitação e chatura.Demorei muito tempo pra começar a vislumbrar que talvez a inicialmente vista como enfadonha auto-disciplina seja, na verdade, uma grande libertação.

Venho suspeitando também que a tal da motivação seja talvez uma das coisas mais importantes da vida. Quanto maior a sua motivação, maior a sua força para a execução da tarefa que for, independente do tamanho do seu Everest particular.

Há muitos anos atrás li uma reflexão do William Douglas comparando a vida a uma maratona, uma prova de longa distância. Realmente faz sentido.Podemos ter, dentro dessa maratona, espaço para pequenos tiros de 100, 200 metros rasos...mas na verdade é aconselhável ter uma visão geral e não imediatista para poder completar bem a prova.Isso compreendeu o playboy Jorginho Guinle, porém um pouco tarde demais...Perguntaram-lhe numa entrevista: “ Mas como o senhor, vindo de uma família tão rica e tendo tido um padrão de vida tão astronômico, chegou ao ponto de morar de favor?” Ao que ele respondeu, com aquele sorriso característico nos lábios: “ Pois é, fiz as contas pra viver uns 60 anos mas acabei chegando aos 80...com essa me dei mal!”

Outro questionamento recente é, já que certas coisas têm que ser feitas, porque são infalivelmente deixadas para a última hora?! O mais recomendável não seria nos desincumbir o mais rapidamente possível de certas tarefas inescapáveis, como o envio da declaração do imposto de renda, para depois assistir confortavelmente como mero espectador a turma da última hora se descabelando e congestionando a internet?

1 comentários :

elza marques disse...

o tamanho e o assunto estão ótimos.
quando você escreve "O mais recomendável não seria nos desincumbir o mais rapidamente possível de certas tarefas inescapáveis, ... para depois assistir confortavelmente como mero espectador a turma da última hora...?", concordo, mas sem deixar de pensar num bom planejamento estratégico que o dia a dia exige de nós, pois podemos deixar de ser o espectador do resultado esperado.